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O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NAS PROVAS DE LICENCIATURA DO ENADE (2004-2024)
Cristiane Marina teixeira Girard

Última alteração: 12-11-2025

Resumo


O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) avalia o rendimento de ingressantes/concluintes dos cursos de graduação e registra, ao longo de duas décadas, as transformações relacionadas às políticas de inclusão no ensino superior. Este estudo analisou a representatividade do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas provas do ENADE aplicadas entre 2004 e 2024 nos cursos de licenciatura, com o propósito de identificar como o autismo é representado e quais sentidos de inclusão são produzidos nesses enunciados. A pesquisa adotou abordagem qualitativa e documental, centrada na análise das questões que mencionam explicitamente o TEA ou o autismo, por meio de interpretação discursiva orientada à identificação das formas de representação presentes nas avaliações. Os resultados evidenciaram que apenas uma questão, aplicada em 2021 no curso de Educação Física, tratou do TEA e/ou autismo, articulando referências ao modelo médico e ao socioeducativo, sobretudo ao destacar dificuldades sociais e de aprendizagem do estudante autista. A análise revelou que a reduzida presença do autismo nas provas das licenciaturas reforça processos de invisibilização simbólica do sujeito autista, restringindo sua emergência nos discursos educacionais do ensino superior. Conclui-se que, apesar dos avanços legais em políticas de inclusão, a representação do TEA no ENADE permanece limitada, o que demanda avaliações em larga escala mais sensíveis à diversidade estudantil e comprometidas com representações que expressem a pluralidade cultural, assegurando maior legitimidade ao autismo e a outros grupos historicamente marginalizados no espaço acadêmico.

Palavras-chave: ENADE; Transtorno do Espectro Autista; inclusão; educação superior; representações culturais.


 


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