Última alteração: 15-11-2025
Resumo
O futebol disputado em grandes altitudes expõe os atletas a condições de hipóxia ambiental, capazes de reduzir a saturação de oxigênio e afetar o desempenho físico. Compreender as respostas fisiológicas iniciais e a evolução da aclimatação é fundamental para o planejamento de treinos e competições. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações na saturação periférica de oxigênio (SaO₂) e na frequência cardíaca (FC) de jogadores de futebol sub-20, nativos de baixa altitude, durante 16 dias de exposição a 2.683 metros em Quito, Equador. Foram avaliados vinte atletas de um clube brasileiro de primeira divisão. Medidas de SaO₂ e FC em repouso foram coletadas ao nível do mar (3 m) e no 1º, 8º e 16º dias após a chegada à altitude. Utilizou-se oxímetro digital, com análise estatística descritiva e teste t pareado (p<0,05). Verificou-se queda significativa da SaO₂ de 98,20±1,05% ao nível do mar para 94,65±3,37% no 1º dia, com recuperação parcial para 95,50±2,60% no 8º dia e 95,67±2,80% no 16º dia, sem retorno aos valores basais. A FC permaneceu estável ao longo do período, variando de 74,80±11,19 bpm para 74,95±12,07 bpm, 76,55±13,59 bpm e 75,33±10,09 bpm nos dias avaliados. Os resultados sugerem que a aclimatação inicial melhora parcialmente a SaO₂, mas 16 dias não são suficientes para normalização completa. A estabilidade da FC indica que ajustes autonômicos mais acentuados tendem a ocorrer durante o exercício. Conclui-se que a altitude de 2.683 metros provoca redução significativa da SaO₂, com recuperação incompleta em duas semanas, reforçando a necessidade de planejamento adequado de aclimatação para preservar o desempenho esportivo.