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URÓLITO VESICAL EM ÉGUA: ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TRATAMENTO POR CISTOTOMIA
Maiara Locatelli, Ruth Barcelos Bruck, Luiza de Oliveira Fagundes, Henrique Mondardo Cardoso, Eduarda de Souza Brandão

Última alteração: 16-11-2025

Resumo


Urolitíase, definida como a presença de concreções macroscópicas no sistema urinário, é uma condição rara em equinos. Acomete com maior frequência animais adultos, sendo predominantemente localizadas na bexiga e, mais raramente, nos rins ou ureteres (VERWILGHEN et al., 2008; EDWARDS; ARCHER, 2011). Em equinos, o principal componente cristalóide dos urólitos é o carbonato de cálcio (DUESTERDIECK-ZELLMER, 2007). Embora o mecanismo exato de formação dos urólitos nesses animais ainda seja desconhecido, Frasier (2001) destaca que fatores como o pH urinário alcalino e o elevado teor mineral da urina equina podem favorecer a cristalização. A urina de cavalos, naturalmente rica em mucoproteínas, pode atuar como matriz cimentante para agregação dos cristais, enquanto o menor consumo de água e alimentos com alto teor mineral tende a aumentar a concentração urinária de solutos, promovendo sua precipitação e cristalização. Dada a importância clínica desta afecção, este resumo relata um caso de urolitíase vesical em égua atendida no Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas - RS. A égua da raça crioula, de 4 anos de idade, tinha histórico de hematúria e disúria, observada predominantemente após o exercício. O animal já possuía diagnóstico prévio de urolitíase vesical, estabelecido por outro médico veterinário através de palpação retal e ultrassonografia transretal, sendo então encaminhado para a realização do procedimento cirúrgico. Foi realizado o exame de urinálise, que evidenciou processo inflamatório no trato urinário e intensa cristalúria de carbonato de cálcio. A primeira tentativa de remoção do cálculo ocorreu por meio de cistoscopia, que permitiu a visualização direta da estrutura macroscópica compatível com urólito no interior da bexiga, entretanto, verificou-se que o mesmo apresentava dimensões incompatíveis para sua extração. Sendo assim a égua foi submetida a anestesia geral para realização de celiotomia retroumbilical seguida por cistotomia, sendo possível a retirada com segurança do cálculo arenoso de aproximadamente 10 centímetros. Não foi possível concluir qual foi a etiologia da doença. A paciente apresentou recuperação pós-operatória favorável, com remissão total dos sinais clínicos. Conclui-se que a cistotomia por esta via é uma abordagem eficaz e segura para o tratamento da urolitíase vesical em éguas. Após a recuperação, foram recomendadas medidas preventivas para minimizar o risco de recidiva.

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