Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Estudo do potencial mutagênico e recombinogênico de quimioterápicos à base de platina em células somáticas de Drosophila melanogaster
Lucía Paola Facciola González, Natacha Allgayer, Rafael Rodrigues Dihl, Mauricio Lehmann

Última alteração: 31-08-2016

Resumo


Em dois terços dos pacientes, aproximadamente, as neoplasias apresentam micrometástases, sendo necessária uma abordagem sistêmica, na maioria dos casos utilizando tratamento quimioterápico. Entre os quimioterápicos os complexos de platina exercem sua função através da ligação com o DNA, considerado o passo crítico para a sua atividade antitumoral, mas também indicativo de possível risco para os pacientes devido ao seu potencial mutagênico. A principal via citotóxica desses compostos caracteriza-se pela formação de ligações cruzadas intercadeias ou pontes intercadeias de DNA, tendo como efeito principal a inibição da replicação desta molécula. Apesar disto, os complexos de platina ainda são os fármacos de escolha no tratamento de aproximadamente 50% dos pacientes tratados com medicamentos antitumorais. Atualmente, apenas três destes fármacos estão liberados pela Anvisa para uso clínico no Brasil: cisplatina (CIS), carboplatina (CARB) e oxaliplatina (OXA). Devido à escassez de informações referentes do potencial mutagênico da oxaliplatina e a necessidade de compará-la aos demais fármacos deste grupo, o objetivo do presente estudo foi avaliar esta atividade através do teste para detecção de mutação e recombinação em células somáticas (SMART) de Drosophila melanogaster. O Teste SMART de asa baseia-se na identificação de cerdas com fenótipos mutantes que representam a expressão fenotípica da ocorrência de lesões em nível de DNA, como mutações pontuais, aberrações cromossômicas e rearranjos estruturais devidos à recombinação mitótica. Os resultados obtidos até o presente momento mostram que a CIS e a CARB aumentaram a frequência de danos genéticos em todas as concentrações utilizadas (0,006; 0,012; 0,025 e 0,05 mM), com exceção da CARB na concentração de 0.006 mM, apresentando uma evidente relação dose-efeito no cruzamento padrão. Adicionalmente, foi possível observar que a CIS apresentou frequência de danos maior que a CARB, além de ter aumentado o número de manchas gêmeas, indicando a ocorrência de recombinação somática. Até o presente momento os dados referentes ao cruzamento aprimorado se restringem à CIS, que novamente apresentou atividade mutagênica e recombinogênica em todas as concentrações avaliadas, mostrando que o aumento de enzimas de metabolização não influenciou sua atividade genotóxica. Ao contrário destes compostos, os resultados encontrados com a OXA, apenas no cruzamento padrão, mostram que este quimioterápico não induziu danos genéticos nas concentrações utilizadas neste estudo, que variaram de 0,006 a 1 mM. Somados aos dados descritos na literatura, os resultados do presente trabalho indicam haver diferenças importantes no padrão de indução de lesões genéticas e também em relação aos mecanismos de reparação do DNA envolvidos na correção destes danos.


Palavras-chave


teste SMART; oxaliplatina; cisplatina; carboplatina; recombinação.

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