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VISÕES DA PSICOLOGIA SOBRE A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
LUIS ALBERTO SILVA

Última alteração: 18-08-2016

Resumo


A religião é um fenômeno que intriga o homem, portanto, entendê-la cientificamente é um desafio, principalmente num país que tem passado por transformações significativas no campo religioso, como é o caso do Brasil (OLIVEIRA, 2012). Investigar os meandros da experiência religiosa na compreensão racional, significa avançar no enigmático terreno destas duas grandes vertentes que sempre alimentaram e impulsionaram o ser humano no desejo de obter respostas para as perguntas clássicas sobre a nossa origem e destinação, quais sejam: “Quem somos? De onde viemos? e Existe algo após a morte?” Os principais objetivos deste estudo são, realizar uma revisão teórica integrativa a cerca da experiência religiosa sob diversas visões da psicologia, bem como, de outras áreas do conhecimento e, contextualizar as abordagens de diversos teóricos, na linha do tempo, a cerca das manifestações religiosas, tomando por base alguns clássicos nos campos da psicologia, da filosofia, da antropologia, da sociologia e de outros saberes. Para a realização deste trabalho utilizamos como metodologia uma revisão teórica integrativa. Método de pesquisa utilizado desde 1980, no âmbito da Prática Baseada em Evidências (PBE), que envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa bibliográfica em saúde para que possam ser úteis na assistência à saúde, acentuando a importância da pesquisa acadêmica na prática clínica (MENDES, 2008). Apesar de ser um ateu convicto e de sempre ter professado seu ateísmo, Freud, paradoxalmente, manifestou grande interesse pelo estudo do fenômeno religioso e empenhou-se seriamente em empregar elementos-chave da teoria psicanalítica para interpretar as origens e a natureza da religião. Seu posicionamento, porém, diante da religião, é freqüentemente divulgado em sua forma exclusivamente crítica e negativa (MACIEL & ROCHA, 2008). Em sua obra O Sagrado (1917/2007, p.59), Rudolf Otto analisa a realidade apriorística do numinoso  ou  sagrado  em seus elementos racionais e irracionais, os quais são descritos como tremendum   (arrepiante),        majestas  (avassalador),       mysterium  (o  “totalmente outro”).

Para Jung (1939/1978, p. 9), a religião é como uma atitude do espírito humano, atitude que de acordo com o emprego originário do termo: “religio”, poderíamos qualificar a modo de uma consideração e observação cuidadosas de certos fatores dinâmicos concebidos como “potências”: espíritos, demônios, deuses, leis, idéias, ideais, ou qualquer outra denominação. Conforme Almeida (2004), as dimensões espirituais e religiosas da cultura estão entre os fatores mais importantes que estruturam a experiência humana, crenças, valores, comportamento e padrões de adoecimento. Apesar disso, a psiquiatria, em seus sistemas diagnósticos bem como em sua teoria, pesquisa e prática, tende a ignorar ou considerar patológicas as dimensões religiosas e espirituais da vida. Para Dalgalarrondo (2008), a religião é, seguramente, um objeto de investigação dos mais complexos, posto que, como fenômeno humano, é, a um só tempo, experiencial, psicológico, sociológico, antropológico, histórico, político, teológico e filosófico. A obra “As Variedades das Experiências Religiosas” (1902), continua atual, e se reveste de uma importância ainda maior por ter saído das mãos de William James, o filósofo do Pragmatismo e da Psicologia Científica, que introduziu uma filosofia da Experiência. Do que fica exposto, percebe-se que esta intrincada questão ainda não está no domínio da ciência, assim, o assunto não fica aqui esgotado. À psicologia interessa o aprofundamento desta temática e ainda nos resta muito a perquirir nesta relação

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